
A situação da saúde em todo o Brasil está crítica e, apesar de todas as notícias que circulam, não está sendo suficiente para sensibilizar a população. O COEF (Centro de Operações Especiais e de Fiscalização da Covid-19) enfatizou para todo Paraná a necessidade de proteção das pessoas em relação ao vírus, pois desde a terça-feira (dia 09) não existem mais vagas nas enfermarias e UTIs de todo o Estado. As poucas vagas que surgem, infelizmente representam falecimentos.
No dia 9 de março, o COEF apontou que haviam 1.071 pessoas na fila de espera por um leito para tratamento da Covid-19 no Paraná. A situação é caótica quando vista sob o ângulo dos profissionais da saúde. Por meio de vídeos que circulam pelas redes sociais, muitos profissionais fazem apelos tentando a conscientização da população. A situação chegou em tal ponto que os médicos, que atendem as emergências e UTIs destinadas aos pacientes de Covid, estão tendo que decidir quem vai ter uma chance de viver e quem vai morrer sem a devida assistência.
As notícias enfatizam o colapso do sistema de saúde, o qual vem trazendo grande preocupação aos profissionais da área. Os dados mostram que, com a nova cepa da Covid, a cada pessoa que entra na UTI devido à doença, em média, permanece por 14 dias. Também há casos de muitos jovens que estão sendo contaminados e encaminhados para a UTI, sendo que em 2020 raramente encontrava-se a população jovem internada por conta desse vírus.
Na quarta-feira, dia 10, a Santa Casa de Irati divulgou um vídeo com imagens fortes de profissionais de saúde prestando atendimento aos muitos pacientes infectados, tentando sensibilizar a população. Na própria Santa Casa houve remanejamento das vagas de UTI geral, transformando em mais UTI’s para o tratamento da Covid e assim ocorreu por todo o Paraná na tentativa de ampliar as vagas existentes. Em uma tentativa de impactar as pessoas e mostrar a real situação do nosso estado, a Secretaria da Saúde (Sesa) colocou que se nenhuma contaminação a mais ocorresse, nosso estado levaria 21 dias para retornar à normalidade.
O Paraná está vivendo o colapso do Sistema de Saúde, igual ao restante do país, e a todo momento o que mais se ouve é “Não tem leitos disponíveis em todo o Estado”. Chegou o momento em que os profissionais da saúde precisam decidir quem vai ter chance de viver e quem vai morrer. Segundo eles, o sistema chegou ao ponto de que os pacientes estão morrendo nas Unidades Básicas de Saúde ou mesmo em casa, sem vagas ou sem ter como recorrer. Nos hospitais e centros especializados para o Covid, os médicos enfrentam a situação da escolha de quem vai ser internado e os critérios, em geral, estão na questão da idade, a condição física do paciente e o melhor prognóstico, ou seja, aquele que tenha melhores chances de sobreviver.
Em Curitiba, a Prefeitura decretou estado de emergência e requisitou por decreto vagas de hospitais particulares. Dessa forma, mesmo aqueles que não possuem convênio com a Prefeitura ou com o SUS, são obrigados a ceder parte de seus leitos para o internamento de pacientes, formando enfermarias.
Em São Mateus do Sul
Em São Mateus do Sul, dia 12 de março, a secretária de saúde, Marly Perrelli, juntamente com a prefeita, Fernanda Sardanha, apresentaram dados assustadores sobre a atual situação da saúde na cidade em uma coletiva nas dependências da Câmara Municipal. Apresentaram dados para demonstrar o que se passa, sendo que em 15 de fevereiro tínhamos 44 casos registrados, dia 19 eram 51, no dia 26 55, e na sexta-feira, 12 de março, os casos saltaram para 86, demonstrando que o decreto não foi efetivo nessa redução. Também apresentaram que os exames para detectar a Covid-19 estão represados, pois o número cresceu em toda a região. A conclusão é de que ficar em casa, respeitando as normas de higiene e distanciamento, não é apenas para cumprir a lei, “Ficar em casa é questão de sobrevivência”, declarou Perreli.
Em nossa cidade, a unidade Sentinela iria ter seu horário de funcionamento reduzido, mas devido essa crise a ideia foi abandonada. Também foi instalado dentro do espaço alguns leitos para receber pacientes, quando antes era apenas local de exames. Isso se deu com a colaboração da Petrobras-SIX, que providenciou dois containers, e do Rotary Xisto do Iguaçu, que doou camas hospitalares para o Sentinela. Segundo a Secretaria de Saúde, o local continuará temporário, mas está sendo ampliado para estender os serviços ali prestados, devido a crescente dos casos. Haverá um local de triagem para quem os procurar tendo suspeitas de estar contaminado e, após a verificação da situação, o paciente será encaminhado para atendimento especializado, realizando exames e tendo orientações gerais. No local ainda haverá uma ala com 3 leitos para pacientes com sintomas leves a moderado, onde estabilizará sua situação e, se for o caso, será hospitalizado ou transferido para outro espaço na própria unidade Sentinela, ficando isolado onde tem 2 leitos com respiradores.

As obras estão seguindo em ritmo acelerado para entrar em funcionamento até o dia 21 de março. Após essa ampliação, o Sentinela terá 5 leitos. A secretária de Saúde Marly Perrelli enfatizou que, apesar da unidade estar ao lado do Pronto Atendimento, todas as medidas sanitárias foram tomadas e não há perigo de contaminação.
O Hospital e Maternidade Dr. Paulo Fortes disponibilizou uma ala de enfermaria com 4 leitos para internamentos de pacientes com Covid e que aguardam transferência. Essa se trata de uma situação delicada, pois o hospital não faz parte do grupo de referência de combate ao Covid e teve que isolar uma área para que os outros serviços pudessem continuar a funcionar, sem riscos para os demais pacientes internados.
Os números demonstram a gravidade do Covid em São Mateus do Sul, pois em todo o ano de 2020 tivemos 13 mortes por Covid e neste ano de 2021, em menos de 3 meses, já foram contabilizadas 19 mortes. Num trabalho de intervenção junto a Sesa, a prefeita Fernanda Sardanha e a secretária Marly Perrelli conseguiram um verdadeiro milagre ao transferirem pacientes, sendo 2 para UTI e mais um para o hospital da Lapa. Infelizmente, elas não conseguiram novas vagas, mesmo apelando a deputados e diretores de hospitais da região.
Situação em Irati
A situação em Irati, frente ao Covid-19, está semelhante as outras cidades da região, com o sistema de saúde no limite de ocupação e sofrendo com a falta de UTI para encaminhar os pacientes contaminado em estado grave. Na cidade, a Prefeitura Municipal e a Vigilância Sanitária, juntamente com a Polícia Militar, formaram uma força tarefa de cerca de 120 pessoas para realizar a fiscalização dos pontos comerciais e outras observações do decreto. “O desrespeito às normas de segurança foi grande, sem a devida preocupação para evitar a contaminação pelo novo coronavírus, colocando muitos em risco”, disseram os profissionais da saúde do município vizinho.
As ocorrências apontam que os bares foram os que mais deram problema, pois as pessoas permaneciam além dos horários, trazendo problemas para os proprietários. Iniciou-se um trabalho de conscientização e a reincidência fez com que multas fossem aplicadas, tendo até mesmo alvarás cassados por 30 dias. Foram mais de 6 estabelecimentos fechados por 30 dias e 162 pessoas físicas notificadas, além de 12 jurídicas.
No domingo (dia 07), um grupo de pessoas da 3ª Igreja do Evangelho Quadrangular fez orações e louvores em frente à Santa Casa de Irati. Com dois objetivos, a de levar uma palavra de fé e esperança tanto para os pacientes internados com Covid-19 e outras doenças, quanto os profissionais da saúde, mas também como um alerta à população.
Covid em Prudentópolis
Na cidade de Prudentópolis, com seus 50 mil habitantes, foi realizada uma campanha de conscientização para redobrarem os cuidados e para cuidarem da saúde pessoal e coletiva. A ideia da Prefeitura era que a população entendesse a situação e passasse a evitar locais de aglomeração. Isso evitaria o fechamento do comércio e reduziria a propagação. Também alertaram os comerciantes para que obedecessem aos protocolos de segurança, para que o comércio continue aberto.
Foram utilizados, em conjunto com o comércio, cartazes e spot em rádios para veicular as mensagens, sendo realizada também a divulgação em redes sociais. Essa campanha deverá durar até a maioria da população ser vacinada, tendo surgido para conscientizar a população e o comércio, trazendo resultados sem a necessidade do fechamento de tudo novamente.
Covid em União da Vitória e Porto União
Em União da Vitória e Porto União, teve o trabalho de ambas as prefeituras com a sociedade civil organizada e diversas entidades com a ideia de preservar a vida e a economia. A fiscalização se deu para coibir festas particulares, aglomerações e que o comércio atenda as normas, referentes aos horários de atendimentos e também ao número de pessoas atendidas. As autuações demonstraram que muitos não entenderam a gravidade pela qual passam as cidades e também o Brasil, pois muitos foram notificados várias vezes, sendo necessária a fiscalização e multas. Foi um efetivo de 500 pessoas, entre agentes da Prefeitura e policiais, fiscalizando e tentando conscientizar a população. De nada adianta os decretos sem a participação da população e isso agravou muito a situação da saúde e da economia local. A recomendação dos técnicos e especialistas não foi atendida e foi preciso as restrições de 14 dias para quebrar o ciclo de transmissão do vírus.
Os hospitais da cidade fazem parte das centrais de UTI da Covid-19 da região e passaram a ficar lotados, tendo moradores locais que não conseguiram vagas para internamento, da mesma maneira que o restante das cidades do Paraná e também de Santa Catarina, onde a situação ficou crítica com o número crescente de casos, chegando ao colapso do sistema.
Situação do Covid em São Mateus do Sul na quinta-feira, dia 18 de março, às 10h:
Hospital: 4 leitos ocupados
Sentinela: 2 leitos ocupados
2 pacientes do Hospital e 2 pacientes do Sentinela aguardam vagas de UTI
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