
Todos sabemos da importância de um bom planejamento para nossas vidas, seja de ordem pessoal ou nas organizações, ele tem um papel fundamental para direcionar as ações e alcançar os objetivos propostos, forçando seus idealizadores a realizar uma análise mais profunda daquilo que se deseja, dos seus resultados e do seu alcance. A maioria de nós, porém, não leva isso em consideração e a tradição do “fazer antes mesmo de pensar” parece ser a regra e não a exceção.
Essa mesma regra também vale para a maioria das administrações municipais. Mesmo que haja um bom planejamento, ele provavelmente terá uma vida muito curta, cerca de quatro aninhos. Totalmente descontinuado, o plano de governo que pode ter sido traçado apenas de acordo com interesses político partidários, ou ainda, se bem redigido com objetivos definidos de prosperidade local e de visão futura, um ou outro poderá ser boicotado ou engavetado pela próxima equipe executiva a assumir a Prefeitura Municipal. São os ciclos que prendem nossas cidades, estados e país em um jogo de interesses pessoais, sem estratégias de desenvolvimento, sem visão a longo prazo, sem elos de união e sem participação ativa da sociedade. Também se corre o risco de um plano eleitoral nem ao menos sair do papel.
Mas as coisas parecem estar mudando. Já citada nesta coluna, Maringá é hoje referência não só para outros municípios do Brasil como também para cidades mundo afora. Após um movimento oriundo da comunidade denominado “Repensando Maringá”, surgiu o CODEM – Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá – que tem caráter deliberativo e consultivo, cujo principal objetivo é propor e incentivar políticas de desenvolvimento econômico junto aos poderes públicos. O primeiro projeto idealizado no final da década de noventa tinha projeção futura para o ano de 2020, e que realizado em alguns anos foi logo substituído pelo segundo projeto com visão estratégica para o ano de 2030. Para conhecer essa experiência, uma comitiva formada por integrantes do NDE – Núcleo de Desenvolvimento e Empreendedorismo de SMSul – e por alguns pré-candidatos ao cargo do Executivo local, se dirigiu à cidade em junho deste ano. Qual não seria a surpresa da comitiva ao constatar que o ano de 2030 já se tornou um anseio modesto àquele município e que um novo planejamento denominado MasterPlan já está sendo idealizado com os olhos voltados para 2047, quando a cidade completa seu centenário de vida. Para Márcio Staniszewski, Vice- Presidente da CDLde SMSul e integrante do NDE, a importância do associativismo e do cooperativismo está muito presente nos trabalhos. “Quando replanejaram Maringá 2030 viram que o sucesso do planejamento se dava a partir do momento que mais pessoas se uniam ao projeto, pela representatividade da sociedade civil organizada”, comenta.
Ao buscar inspiração no CODEM de Maringá, o NDE segue, em paralelo com seus estudos de vocações local, para a sua constituição legal e a sua estruturação e assim, seja representado por todos os setores da sociedade. Pois como disse Sílvio Barros, Prefeito de Maringá, “o prefeito é um executivo contratado a cada quatro anos para administrar a nossa cidade e o nosso projeto. Precisamos construir uma relação com a sociedade civil organizada legitimamente representada que apresenta aos gestores públicos que eles são servidores contratados pelo voto”. Esse é o caminho do desenvolvimento.
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