
Nessa semana, tive a oportunidade de participar de uma roda de conversas em que o tema fake news foi abordado. Junto dessas informações, também foram discutidas a proporção que uma notícia se espalha nas redes sociais e o quanto isso pode ser levado em consideração à processos judiciais.
Quem usa o Facebook com frequência, deve ter visto nessa semana o vídeo de um grupo de brasileiros na Rússia. Nas imagens, eles falam palavras de baixo calão para uma mulher que não entende a língua portuguesa, e mandam ela repetir as frases ditas.
É revoltante e dói perceber que aqueles homens, representando o Brasil trajados de verde e amarelo, tiveram a capacidade de fazer um absurdo desses. Sei que nesse texto não escrevi o que realmente foi dito, pois me envergonha e muito como mulher a forma como as palavras foram faladas.
O brasileiro tem a fama de ser descontraído e levar a vida com alto astral. Também somos conhecidos mundo a fora pelas brincadeiras feitas. Esse “reconhecimento” engajador também generaliza todos que aqui moram.
Para ser assédio não precisa ter contato físico. O assédio verbal também agride e humilha. É fácil achar engraçado quando o assunto não “afeta” você diretamente. Li um texto de um brasileiro expressando seu ponto de vista sobre a situação, e esse trecho me chamou a atenção:
“A violência contra a mulher está tão enraizada no povo brasileiro que é quase impossível passar um dia sem que eu veja ou saiba de alguma coisa que me deixa absolutamente irado e/ou amedrontado e/ou envergonhado. É um sentimento terrível pois é um ser humano humilhando, violando a integridade física ou tirando a vida de outro ser humano pelo simples fato de se tratar de uma mulher.”
Muitos podem pensar que é exagero esse vídeo tomar grandes proporções, mas devemos ter a consciência de que o assunto de violência começa nas pequenas atitudes. Espero que um dia o respeito seja repassado da mesma maneira que esses vídeos se propagam.
- Os desafios de amar o próprio corpo - 9 de março de 2020
- É desvendada a lenda dos túmulos que se uniram no cemitério de São João do Triunfo - 7 de março de 2020
- Jovem são-mateuense de 18 anos publica livro independente de poesia - 6 de março de 2020
Comentários